Aumento do Custo de Construção e Impactos no Mercado Imobiliário
Se você está esperando os preços dos imóveis caírem para investir ou comprar a casa própria, talvez seja hora de reavaliar essa estratégia. Em uma análise feita pelo Leo Ribeiro em seu canal do YouTube, o custo de produção de novos imóveis no Brasil está subindo constantemente e, nos próximos anos, essa tendência deve se acentuar.
Diversos fatores contribuem para esse aumento, desde a valorização da mão de obra até a tributação sobre as construções. Neste artigo, vamos detalhar os seis principais gatilhos, a partir dessa análise, que impulsionam essa elevação de preços e como isso afeta o mercado imobiliário.
1. Aumento do Custo da Mão de Obra
A escassez de profissionais qualificados na construção civil tem elevado o custo da mão de obra no setor. Além disso, a idade média dos trabalhadores da construção está aumentando, o que impacta a produtividade. Dados recentes apontam que, em 2024, o custo da construção subiu 6,34% (incluindo materiais e mão de obra), mais do que o dobro do aumento registrado em 2023 (3,32%). Em janeiro de 2025, já houve um aumento de 0,71%, totalizando 6,85% nos últimos 12 meses. Isso indica que o custo da construção continuará subindo, sem perspectivas de redução.
2. Aumento no Preço dos Materiais de Construção
O CUB (Custo Unitário Básico da Construção), indicador que mede o custo médio da construção civil, sofre reajustes constantes. Além disso, os padrões de construção evoluíram e os materiais utilizados hoje são mais caros. Pisos cerâmicos 30x30, por exemplo, praticamente não são mais usados em imóveis de alto padrão, sendo substituídos por porcelanatos maiores e esquadrias de alumínio de alta qualidade. Novas tecnologias também aumentam os custos, como sistemas de automação, climatização e exaustão, cada vez mais comuns em novos empreendimentos.
3. Aumento da Tributação
A sanção da nova lei do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) em 2025 trará grandes impactos ao setor imobiliário. O regime especial de tributação de 4% sobre o valor de venda de imóveis será extinto a partir de 2029, podendo mais do que dobrar a carga tributária. Esse aumento nos impostos será inevitavelmente repassado ao consumidor final, tornando os imóveis ainda mais caros.
4. Aumento do Custo do Capital
As incorporadoras precisam de grandes investimentos para financiar a construção de empreendimentos. Como a poupança já não é suficiente para suprir toda a demanda do setor, muitas recorrem a fundos de investimento e bancos. O problema é que o custo desse capital tem aumentado. Enquanto antes as incorporadoras conseguiam captar recursos com taxas de 6% a 9% ao ano, agora essas taxas podem chegar a 15% ou mais, elevando ainda mais o custo dos imóveis.
5. Valorização dos Terrenos
Terrenos são a matéria-prima essencial para qualquer empreendimento. Com a valorização constante das melhores localizações nas grandes cidades, o custo de aquisição desses terrenos também sobe. Isso faz com que as construtoras precisem repassar esse custo para o preço final das unidades, elevando os valores de mercado.
6. Aumento da Demanda por Moradia
A expectativa de vida no Brasil tem aumentado, e isso gera uma maior demanda por imóveis. Além disso, mesmo com a previsão de diminuição da população a partir de 2042, até lá o número de habitantes continuará crescendo. Atualmente, o país tem um déficit habitacional de 6,2 milhões de moradias apenas para as classes menos favorecidas, sem contar a demanda crescente por imóveis de médio e alto padrão. Essa alta demanda impede que os preços dos imóveis caiam.
Há Alguma Possibilidade de Redução no Preço dos Imóveis?
Embora a tendência seja de alta, algumas situações podem levar a uma queda nos preços dos imóveis:
Crise econômica global: Uma recessão pode reduzir a liquidez no mercado, fazendo com que proprietários precisem vender seus imóveis por valores mais baixos.
Aumento do desemprego: Se a taxa de desemprego subir, menos pessoas poderão comprar imóveis, reduzindo a demanda e, consequentemente, os preços.
Escassez de crédito: Se os bancos restringirem o crédito imobiliário, menos pessoas conseguirão financiar imóveis, o que pode impactar o valor de mercado.
Superávit imobiliário: No longo prazo, se houver um excesso de imóveis disponíveis, os preços podem estabilizar ou até cair. No entanto, essa não é a realidade atual do Brasil.
Conclusão
A tendência de alta nos preços dos imóveis no Brasil está diretamente ligada ao aumento do custo de produção. Mão de obra mais cara, materiais de construção mais sofisticados, alta tributação, custo do capital elevado, valorização dos terrenos e maior demanda por moradias são os principais fatores que impulsionam esse aumento. Se você está esperando os preços caírem para investir, pode ser que essa queda não aconteça tão cedo.
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Fonte: Leo Ribeiro
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